manuel-proenca-e1589367819679-770x439_c
9Nov
2021

“O NOSSO TURISMO TERÁ SEMPRE UM GRANDE FUTURO”

Felicitando a Ambitur pelo seu 31º aniversário e saudando a sua Administração, Direção e Trabalhadores, pela excelência do seu trabalho, em prol do turismo nacional, de forma muito responsável e empenhada, o Dr. Manuel Proença afirmou que o setor turístico nacional teve um “apagão” em 2020.

“O impacto do COVID-19 no setor foi brutal, gerou perdas que ainda estão por calcular, e um retrocesso de vários anos na atividade setorial. O verão de 2021 foi o início da recuperação, após um ano e meio de fortes perdas, de destruição de valor do setor e da nossa economia em geral.

Porém, as perspetivas para o próximo ano são agora muito animadoras, esperando-se poder atingir o volume de receita de 2019, por quarto disponível, em 2023.

Acredito que, os grupos empresariais turísticos pouco endividados, e os de reduzida exposição a arrendamentos, ou contratos de cessão de exploração excessivos, vão recuperar sem grandes preocupações e sobressaltos. Outros, poderão ter mais dificuldades, e possivelmente, serão obrigados a encontrar soluções alternativas, como vendas, alianças, ou fusões e parcerias.

Assim, considero muito importante, a criação de um consenso político para uma estratégia setorial da próxima década, tendo em conta, nomeadamente o seguinte:

a. Acessibilidades aos principais destinos nacionais, com prioridade para a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa – sabendo-se agora que nunca estará concluído, em menos de 10 anos, qualquer que seja a opção – e a reestruturação da TAP, que garanta um futuro viável à nossa companhia aérea nacional.

b. Campanha promocional muito intensa, junto dos principais países emissores, evidenciando as virtualidades portuguesas, em matéria de segurança e qualidade da nossa oferta turística.

c. Política de demografia adequada à dinamização do mercado de trabalho, que permita reajustar as dramáticas necessidades de mão de obra – aliás, comum à maioria das empresas da nossa economia – recuperando os cerca de 70.000 profissionais, que abandonaram o setor durante a pandemia.

d. Turismo sustentável, com medidas ambientais responsáveis, alinhadas com a competitividade futura do setor. A aplicação da taxa de carbono que se avizinha para a aviação, hotelaria, entre outros, deve estar sempre alinhada com as dinâmicas dos concorrentes diretos do setor turístico nacional.

e. Criação de um enquadramento financeiro, que permita reforçar os centros de decisão do setor em Portugal, e ganhar escala, disponibilizando vários instrumentos de apoio – ex: capital de risco, capitalização das empresas, mutualização de dívidas, linhas de financiamento adequadas e incentivos fiscais, que dinamizem os processos de concentração setorial das transações hoteleiras – e, não menos importante, o Banco Português de Fomento – com capacidade para ir ao encontro das expectativas e necessidades do setor turístico nacional.

Com o pressuposto, que cada um dos intervenientes do setor faz os seus deveres, o nosso foco está na total recuperação da rentabilidade pré-Covid, encetando e recuperando a dinâmica de crescimento, a nossa capacidade competitiva, e a criação de mais valor, que estávamos a viver nos últimos anos.

As vantagens competitivas do nosso setor turístico ainda estão cá todas : – o território, o património, a hospitalidade, a autenticidade, a gastronomia, e as nossas pessoas com empatia para o turismo.

Agora, só falta alinharmos todos no mesmo esforço – nós empresários, os políticos, e o governo – para aproveitarmos todas as oportunidades que o futuro seguramente nos trará.

Neste contexto, não tenho dúvidas: – o nosso turismo terá sempre um grande futuro”.

Fonte: Ambitur